A crise da esquerda é mais profunda
Roberto Freire, Inteligência Democrática (28/10/2024)
No momento em que está sendo discutida a crise da esquerda brasileira - provocada, aliás, por um pequeno detalhe, que é o desempenho na recente eleição municipal -ouso dizer que para além dos temas em relevo no debate, há um esquecimento de uma questão mais profunda. Me refiro a ausência na discussão da clara alienação da esquerda lulopetista, hegemônica no país, da realidade do novo mundo que transformou radicalmente todas as relações humanas e em especial no mundo do trabalho e seu novo modo de produzir num crescente processo de integração e globalização planetária.
Uma nova era da civilização humana!
Entretanto, isto parece não estar sendo levado em consideração pela maioria das esquerdas brasileiras nas analises da sociedade e das contradições do mundo atual. Objetivamente deixam de ser progressistas e em não poucos casos até reacionários presos que estão a visão de um mundo que se move pelas contradições das lutas de classe - burguesia x proletariado - num corte de uma sociedade do capitalismo industrial que já começou a desaparecer da história. Continuam tais esquerdas brasileiras e porque não dizer na América Latina, prisioneiras de visões e contradições de uma sociedade do século 20, que há algum tempo está sendo superada e de forma mais rápida do que em qualquer outra revolução, na marcha histórica da evolução da humanidade.
Muito bom, o sempre lúcido Roberto Freire!
Um dos raros da esquerda q se atualizou