Declaração do Grupo Idea sobre a Venezuela
Ex-chefes de Estado e de governo rejeitam posição do Brasil, Colômbia e México
O GRUPO IDEIA REJEITA ǪUE OS GOVERNOS DO BRASIL, DA COLÔMBIA E DO MÉXICO TOLEREM A DITADURA VENEZUELANA E ATÉ PRETENDAM PATROCINAR NOVAS ELEIÇÕES.
Os ex-Chefes de Estado e de Governo que participam na Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas (Grupo IDEA) levantam a voz para assinalar enfaticamente que é escandaloso para a comunidade das nações democráticas das Américas ver os governos do Brasil, da Colômbia e do México se juntarem à intenção do ditador Nicolás Maduro Moros de permanecer no poder e até promover novas eleições na Venezuela. Tal ação, sob um regime que violou os Acordos de Barbados, proibiu a observação eleitoral e prendeu testemunhas eleitorais, tornar-se-ia um verdadeiro atentado ao direito democrático interamericano, pois anularia a vontade popular já expressa de forma inequívoca nas urnas de 28 de julho e ignoraria a inquestionável derrota da ditadura de Maduro Moros, como corroboram os Relatórios Técnicos da Organização dos Estados Americanos e do Centro Carter. Tanto assim que o Painel de Peritos da ONU, ao reconhecer que as actas da oposição "exibem todos os dispositivos de segurança dos protocolos originais dos resultados", afirma também que "o anúncio do resultado de uma eleição - como o feito pelo Conselho Nacional Eleitoral ao anunciar a reeleição de Maduro Moros - sem a publicação dos seus detalhes ou a divulgação dos resultados tabulados aos candidatos não tem precedentes nas eleições democráticas contemporâneas".
A ONU e a OEA constataram que a administração da justiça na Venezuela é totalmente desprovida de independência e imparcialidade e é cúmplice necessária dos crimes contra a humanidade já investigados pelo Tribunal Penal Internacional. As Nações Unidas e o seu Alto Comissariado para os Direitos Humanos informaram que já existem milhares de presos e desaparecidos, com um número significativo de assassinatos e torturas por motivos políticos após as eleições presidenciais de 28 de julho. A ditadura venezuelana tenta diluir a responsabilidade legal daqueles que falsificaram os resultados eleitorais através das intervenções do Poder Eleitoral, do Supremo Tribunal de Justiça, das chefias militares e do Ministério Público.
Ao juntarem-se aos planos do ditador venezuelano e ao aparato de seu regime, os governos acima mencionados comprometem o respeito pelo comportamento democrático universal e fazem-no perante as suas próprias nações e o mundo.
14 de agosto de 2024
Mario Abdo, Paraguai
Carlos Alvarado, Costa Rica
Óscar Arias S., Costa Rica
José María Aznar, Espanha
Nicolás Ardito Barletta, Panamá
Felipe Calderón, México
Rafael Ángel Calderón, Costa Rica
Laura Chinchilla, Costa Rica
Alfredo Cristiani, El Salvador
Iván Duque M., Colombia
Vicente Fox Ǫ., México
Federico Franco, Paraguai
Eduardo Frei, Chile
Osvaldo Hurtado L., Equador
Guillermo Lasso M, Equador
Mauricio Macri, Argentina
Jamil Mahuad W., Equador
Hipólito Mejía, República Dominicana
Carlos Mesa G. Bolívia
Lenin Moreno, Equador
Mireya Moscoso, Panamá
Andrés Pastrana, Colômbia
Ernesto Pérez Balladares, Panamá
Jorge Tuto Ǫuiroga, Bolívia
Miguel Ángel Rodríguez, Costa Rica
Luis Guillermo Solís R., Costa Rica
Álvaro Uribe V., Colômbia
Juan Carlos Wasmosy, Paraguai
Asdrúbal Aguiar, Secretário-Geral http://www.idea-democratica.org