Por que você não apoia a resistência ucraniana à invasão do ditador Putin, não apoia o direito de Israel de se defender dos ataques terroristas do Hamas, do Hezbollah e do Irã, não denuncia a fraude de Maduro e não reconhece a vitória da oposição venezuelana?
- Sou um mediador, por isso não posso tomar posição a favor ou contra algum dos lados de um conflito.
Nem quando o conflito é causado por uma ditadura que ataca uma democracia?
- Não, o que interessa é a paz e não quem acha que tem razão. Além disso, quem diz o que é uma democracia? Esse conceito é relativo. Por isso, sou um mediador.
OK, mas qual o conflito que você já mediou?
- Muitos. Tentei levar a paz para o conflito milenar na Palestina, negociar um acordo entre o Irã e o EUA, entre a Rússia e a Ucrânia, entre o Hamas e Israel, entre o governo Maduro e a oposição venezuelana. Se nada deu certo, não foi por minha culpa.
Mas você já pensou como isso é contraditório? Pois se for assim, você - em nome da paz - nunca condenará as ditaduras que fazem guerras (inclusive contra seu próprio povo). E aí não terá paz, mas guerra.
- O importante é manter a soberania das nações. Todo país tem problema. O fundamental é não interferir nas suas decisões, nem impor sanções ilegais aos países dos quais discordamos.
Mas nem mesmo para proteger os direitos humanos de populações que estão sendo massacradas por regimes ditatoriais?
- Esse um problema das populações de cada país. Elas é que devem resolver os seus problemas.
Mas então por que você se mete nas eleições de vários países, apoiando sempre um lado? Por que você apoiou as campanhas de Chávez e Maduro (e até gravou vídeos de propaganda eleitoral)? Por que entrou na campanha eleitoral argentina, apoiando Massa contra Milei?
- Deixa eu te dizer uma coisa. Meu objetivo é a paz. Não posso ficar perdendo tempo com conversa pois tenho que mediar. Vamos encerrar essa entrevista.
Esta nota humorística foi redigida por Augusto de Franco, do staff de Inteligência Democrática.