Golpe de Estado
A esquerda populista (de raiz classista ou identitarista) não tem medo de um golpe de Estado. Ela tem medo do voto! Do voto de quem não vota na esquerda. Por isso ela denuncia golpe de Estado onde não há golpe de Estado.
Vejamos. Segundo os populistas de esquerda, a condenação e prisão dos principais dirigentes do PT pelo mensalão e pelo petrolão foi um golpe de Estado. O impeachment de Dilma foi um golpe de Estado. A condenação e prisão de Lula foi um golpe de Estado. A eleição de Bolsonaro foi um golpe de Estado. Tudo falso. Nada disso foi golpe de Estado.
Claro que, depois, uma parcela da direita populista (bolsonarista) quis mesmo dar um golpe de Estado (à moda antiga): articulou e intentou fazer isso, embora não tenha conseguido consumar sua intenção por falta de capacidade de organização, de estratégia e, fundamentalmente, de força político-militar para tanto. Condenados por tentativa de golpe de Estado, os principais líderes, civis e militares, da intentona, estão sendo presos.
Mas o fato de parte dos antigos eleitores de Bolsonaro continuarem não querendo votar na esquerda, não é golpe de Estado.
Frustrada a tentativa de golpe do final de 2022, não há mais golpe nenhum sendo tramado no Brasil por esses desastrados atores. Nem da parte de outros atores. Não há condições objetivas e subjetivas para um golpe de Estado (sobretudo à moda antiga, com intervenção militar).
Mas o PT insistirá em dizer que quem não votar em Lula (no primeiro turno de 2026) ou mesmo quem se apresentar como candidato nas próximas eleições desafiando o quarto mandato de Lula e o sexto do PT (seja bolsonarista, quer dizer, súdito fiel da famiglia Bolsonaro - ou não) é um fascista golpista, disfarçado ou camuflado. É a tese do golpe continuado. Ou seja, o PT manteve sua narrativa anterior e continua dizendo que tudo que contraria seu projeto de poder é golpe de Estado.




Prezado Augusto, tudo fica tão claro quando você escreve.
Te acompanho a anos.
Grata Revista ID por replicar vozes tão importantes e com tanta sabedoria.
Sigamos juntos!