Vamos falar a verdade. Forças autocráticas - alinhadas ao eixo das ditaduras (Rússia, Bielorrússia, China, Coreia do Norte, Irã, Síria, Cuba, Nicarágua, Venezuela etc.) atualmente em guerra fria contra as democracias liberais - se instalaram na presidência da República do Brasil. Seu principal representante é Lula. Seu apoio orgânico é fornecido pelo PT. Seus legitimadores são analistas e jornalistas (ou ex-jornalistas) que viraram propagandistas chapa-branca e alguns meios de comunicação comerciais que optaram não apenas por defender o governo e sim por fazer parte organicamente do esquema de governança lulopetista.
Para qualquer pessoa intelectualmente honesta não pode haver mais a menor dúvida de que o Lula e o PT não são democratas. Se travestem de democratas, falam continuamente que estão defendendo a democracia, mas não são democratas. Usam como bicho-papão os arroubos autoritários e golpistas de Bolsonaro e dos bolsonaristas para dizer que são democratas, pois que estariam contra o fascismo, e quem está contra o fascismo seria, por definição, um democrata.
Mas isso é um truque. Maduro, que acaba de fraudar mais uma eleição, também diz que quem se opõe ao seu governo é fascista. Ortega, que assassinou centenas de opositores, faz a mesma coisa. Putin invadiu a Ucrânia sob o pretexto de que estava barrando os fascistas. Aliás, o muro de Berlim, erigido na época da URSS, chamava-se Antifaschistischer Schutzwall (Muro de Proteção Antifascista): mas os "fascistas", naquele caso, eram as democracias ocidentais.
Quem é democrata não apoia, nem justifica, ditaduras mundo afora com a desculpa de que está lutando contra o fascismo. Basta fazer um levantamento dos posicionamentos de Lula e do PT ao longo das duas últimas décadas para constatar que não são democratas. Sempre apoiaram - e continuam apoiando - ditaduras. Sim, embora o Brasil não seja uma autocracia, seu governo atual e o partido que lhe dá sustentação são autocráticos. Estamos diante de adversários da democracia.
Entende-se que muitas pessoas não queiram reconhecer isso por medo de perder seus empregos, seus patrocinadores, seus anunciantes, seus negócios, seus seguidores. Mas estamos chegando num ponto em que esse tipo de covardia e de interesse egotista para levar vantagem já virou indignidade.
A Democracia é a demonstração da afetividade de conviver. E o oposto é usar a afetividade para o "não" conviver, ou o conflito e o guerrear. Um democrata nunca se utilizará do "nós x eles".