Mais um natal se foi e a guerra de agressão russa na Ucrânia continua
Rafael Ferreira, Inteligência Democrática (26/11/2025)
Mais um natal se foi e a guerra de agressão russa na Ucrânia continua. Os russos pouco se importando com as festividades natalinas despejam seu arsenal bélico no meio de civis. Dão nenhum sinal de que estão preocupados com qualquer cessar-fogo.
Apesar disso, há cada vez mais relatos de que o número de baixas do lado russo superam a capacidade de repor material humano, vulgo carne para moer. A carnificina chega a níveis absurdos se pensarmos em qualquer parâmetro de humanidade. Mas numa autocracia feroz, onde reside esse zelo pelo ser humano?
Alheios a qualquer sinal de constrangimento interno, os autocratas russos procuram não melindrar seus súditos e aumentam os esforços por recrutamento de jovens de outros países. Um jornal ucraniano realizou matéria baseada em entrevistas com prisioneiros de guerra de origem africana e descreveu o modo como foram atraídos pela promessa de intercâmbio escolar gratuito. Ao chegarem na Rússia, não tendo condições de se manterem, são forçados a irem para a linha de frente.
Recentemente, Putin visitou seu colega de BRICS, o presidente da Índia, Nahrendra Modi. No cardápio das conversas, ficamos sabendo depois, a promessa de recrutamento de indianos para, supostamente, repor a mão de obra perdida pela guerra. Há uma estimativa da Escola Superior de Economia de Moscou (HSE), uma das mais prestigiadas instituições de pesquisa e ensino da Rússia, da necessidade de cerca de 2,6 milhões de trabalhadores para reposição em razão da guerra.
Os países do BRICS têm sido generosos em fornecer ajuda à agressão russa. A China tem emprestado imagens de seus satélites para fornecer localização precisa da infraestrutura de energia da Ucrânia. Os ataques a essas infra-estruturas ocorrem com muito mais frequência nesse inverno e são parte fundamental da estratégia militar russa, de desgastar a capacidade de apoio da população ucraniana a seu exército e facilitar a capitulação.
O Brasil aumentou a importação de petróleo russo, e é necessário mais investigação para saber de outras ações do governo brasileiro para apoiar essa infame guerra de agressão. O que sabemos é que boa parte do investimento em propaganda russa também está por aqui, e ela se alimenta de uma ideia disseminada de que há lados nessa guerra, e que a posição do Brasil se beneficia de uma suposta neutralidade, enquanto literalmente dá às mãos ao carniceiro Putin.



