A posição do governo brasileiro em relação à ditadura de Maduro não é um ataque à democracia (que inexiste) na Venezuela. É um ataque à democracia no Brasil e no mundo.
O importante para Lula não é a Venezuela em si e sim o seu alinhamento - juntamente com Nicarágua, Cuba, Honduras, Bolívia, México e Colômbia - com o eixo autocrático, atualmente em guerra fria contra as democracias liberais.
Existem mais de 20 países na América Latina. Desses o governo Lula se aproxima de 3 ditaduras e 4 regimes eleitorais parasitados por populismos de esquerda.
Duas perguntas bastam para matar a charada.
Por que o governo brasileiro não prioriza suas relações com as democracias liberais da América Latina (Costa Rica, Chile, Uruguai e Suriname)?
Por que privilegia relações com ditaduras (Cuba, Venezuela e Nicarágua) e com regimes eleitorais parasitados por populismos (México, Colômbia, Honduras e Bolívia)?
Em primeiro lugar por vezo ideológico, herdado do século passado: porque essas ditaduras e governos populistas são "de esquerda".
Em segundo lugar, porque esses países estão alinhados ao EIXO AUTOCRÁTICO (Rússia, China, Irã, Coreia do Norte, Síria e outras ditaduras do Oriente Médio, da Ásia e da África) e Lula e o PT já avaliaram que será esse conjunto antidemocrático que mandará no mundo e não mais a coalizão das democracias liberais (EUA, Canadá, Barbados, Costa Rica, Chile, Uruguai, Suriname, União Europeia, Noruega, Suíça, Reino Unido, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, Austrália e Nova Zelândia).
Tanto é assim que o objetivo estratégico do governo atual é consolidar o BRICS (uma articulação política de ditaduras e populismos de esquerda disfarçada de bloco econômico) e fortalecer o tal Sul Global (idem).
Todavia, tal aposta - uma usurpação, pois feita sem consultar a nossa sociedade - compromete a democracia no Brasil e no mundo. Pois nenhum país realmente democrático pode ficar subordinado às maiores ditaduras do planeta. Ponto.