Momento de debate para a esquerda
Roberto Freire, Inteligência Democrática (08/11/2024)
A esquerda brasileira em sua imensa maioria acordou para a crise que não é de hoje e por isso saudamos e arriscamos dizer que estamos vivendo o melhor momento. Exatamente, o momento do debate que foi iniciado e que cresce sobre o por que da crise e possíveis caminhos para supera-la.
Os artigos na imprensa, nos blogs, as discussões nos partidos, não se esgotam e não param.
Que não nos enganemos com a busca dos erros na forma e na comunicação, como pretendem aqueles que adotam o caminho de uma marcha de regresso à uma chamada verdadeira esquerda com o retorno ao radicalismo dos princípios e das ideias.
A crise não é de hoje, embora na America Latina e no Brasil ela tenha passado ao lado pelo histórico retardo que nos assola para chegarmos ao futuro.
Noutros continentes o agiornamento e o necessário revisionismo há tempos foram adotados pelas esquerdas ali existentes, salvo pequenos e naturais enclaves. E estavam presentes nas respostas às exigências que fazia o novo mundo que surgia com as profundas mudanças oriundas da revolução cientifica, tecnológica e das inovações que criaram um novo modo de produzir e novas relações sociais e especialmente no mundo do trabalho indicando uma nova era da civilização.
Aí esta o centro do debate que, de há muito, poucos fizeram - e lembro aqui e agora a presteza do velho PCB que, junto com alguns poucos partidos do movimento comunista internacional, perceberam que a derrota do socialismo real e o fim da URSS, com reflexos diretos em todos os partidos e movimentos socialistas e até na social democracia, impunham mudanças na analise da nova sociedade e suas contradições.
Era a tomada de consciência da necessidade de construir uma nova práxis e um adequado programa para seguir na luta por um mundo com liberdade, mais democrático, justo e mais fraterno.