O mundo gira
Gilberto Natalini, Inteligência Democrática (30/09/2025)
O mundo hoje vai se dividindo entre as democracias liberais e as autocracias. Estas se apresentam como regimes autoritários conservadores, chamados de “direita”, e autocracias populistas ditas de “esquerda”.
As democracias liberais mais tradicionais estão na Europa, em sua maioria na Zona do Euro. Também acontecem em países de outros continentes, como no Chile, no Uruguai, no Canadá, na Austrália, no Japão. Poderíamos dizer que estão em minoria hoje.
As autocracias e as ditaduras têm crescido ao redor do mundo, em graus e intensidades variadas. São implantadas por golpes políticos, armados ou não, e às vezes, pelo voto popular.
As autocracias conservadoras, ditas de “direita”, têm como exemplos a Rússia, a Turquia, a Hungria, El Salvador, a Indonésia, os países árabes do petróleo, e vários outros países da África. E, agora, estão a caminho os Estados Unidos da América, Israel, Argentina.
Os regimes autoritários, geralmente populistas ditos de “esquerda”, são a Nicarágua, a Venezuela, a Colômbia, a China, a Coreia do Norte, Cuba, várias ditaduras da África, entre outros.
O México, a Índia, o Brasil e a África do Sul são regimes eleitos pelo voto popular, com caráter populista e tendência à hegemonia.
O fato é que as chamadas democracias liberais estão em descenso no planeta, por não conseguirem dar respostas rápidas e concretas aos graves problemas da humanidade, como a desigualdade social crescente, com a consequente fome e a miséria, a criminalidade, a violência e a guerra, e a degradação ambiental, com a poluição que só aumenta e as catástrofes climáticas.
Dessa forma, a tal polarização tóxica e nefasta vai dividindo as pessoas e os países em dois campos que não correspondem à realidade e às necessidades da vida humana. São como realidades virtuais, criadas e incentivadas para desviar o foco das atenções políticas, econômicas e sociais dos graves e reais problemas, como a vergonhosa concentração de renda e a desastrosa dilapidação ambiental existente.
Esse quadro mundial avança e não tem sido fácil combatê-lo e modificá-lo.
O bom senso, a tolerância, a coexistência pacífica, as liberdades democráticas, o respeito pela divergência, o desenvolvimento econômico sustentável e mais equânime são necessidades urgentes da vida moderna.
Construir essa agenda humanista e justa é uma tarefa gigantesca que precisa ser enfrentada. Vamos ao bom combate!