O PT mostra sua cara
A guerra total contra os que se recusam a pensar sob comando
Começo este artigo com uma citação:
“Tenho a intuição de que o Brasil vai viver um momento revolucionário. A questão é saber se estamos à altura desse momento, se nós vamos ser capazes, nesse congresso, de dotar o nosso partido de um estatuto e uma organização para enfrentar o desafio. O desafio é o risco de guerra”.
Zé Dirceu, no último dia 5/12/2025, em evento do PT preparatório do próximo congresso do partido.
Confiram a fala em vídeo:
Desde o início do terceiro mandato de Lula já era possível perceber que isso estava se desenhando. Escrevi no artigo Lula e o PT já fizeram sua opção pelo eixo autocrático, publicado nesta revista Inteligência Democrática em 01/09/2024, há mais de um ano, portanto:
“A guinada que amadurece nos porões do governo e na cúpula do partido é a de que é preciso seguir em frente, manter o caminho e acelerar o passo, dobrando as apostas em vez de recuar e contemporizar. Assim, o PT age como se estivéssemos em uma situação pré-revolucionária, embora sabendo que as condições objetivas para tanto não estão dadas. Então está tentando forçar uma configuração de condições subjetivas que possa criar artificialmente as condições objetivas, a partir da vontade, de cima para baixo.
Para afastar a possibilidade de surgimento de uma força política democrática liberal (o que, na verdade, estima ser o grande perigo para o seu projeto), o PT investe, em consequência, cada vez mais, na polarização tóxica com o bolsonarismo, propagando a ideia perversa e incorreta de que ainda estamos sob risco de um golpe de Estado, desta feita pela entrada dos fascistas na disputa eleitoral. A vitória eleitoral dos fascistas seria, nessa releitura, equivalente a um golpe de Estado”.
Detectei, naquela ocasião, que o PT está disposto a arcar com altos custos dessa acelerada esquerdização populista se souber que mais adiante
“conseguirá se recompor como força hegemônica. É um jogo de vale-tudo e de vida ou morte, uma vertigem que leva a aumentar sempre a velocidade, como se não houvesse amanhã. Como haverá um amanhã, isso só se sustenta se houver uma mudança brusca na correlação de forças, na verdade uma revolução (para frente), que justifique a adoção de remédios alopáticos fortes, com sérios efeitos colaterais. Estamos vivendo agora no Brasil neste preciso momento em que está havendo uma mudança importante na conjuntura”.
Pois bem. Mais de um ano depois, a avaliação vai se confirmando. É bom prestar atenção. Dirceu não é daqueles revolucionários travestidos de “progressistas” que pululam nos partidos de esquerda e nas suas correias de transmissão no chamado movimento social e nas ONGs aparelhadas. Ele sempre disse claramente que é um revolucionário socialista.
É claro que Dirceu e os dirigentes petistas que o seguem não vão adotar a luta armada como via revolucionária, mas isso não significa que o PT não vai fazer guerra. Guerra não é a destruição de inimigos e sim a construção de inimigos. E as armas que podem ser usadas em uma guerra não são apenas as que ferem fisicamente os corpos e matam os inimigos. As campanhas eleitorais podem ser transformadas em guerra. Os julgamentos dos tribunais podem ser transformados em guerra. Votos podem ser usados como armas. E leis (ou interpretações das leis) também.
Nada disso significa, igualmente, que o PT planeja dar um golpe de Estado. Não é preciso dar golpe de Estado (sobretudo à moda antiga, como tentaram os bolsonaristas) para erodir a democracia. A estratégia do PT nunca foi dar golpe de Estado e sim conquistar hegemonia sobre a sociedade a partir do Estado aparelhado pelo partido para se delongar no governo, ganhando tempo para alterar, por dentro, o DNA da democracia, substituindo-a por cidadania ofertada pelo líder populista.
Eis que chegamos ao final de 2025 e o cenário não é animador. A polarização tóxica e estiolante não diminuiu. Pelo contrário, aumentou e vai aumentar ainda mais com a esquerda lulopetista adotando o mesmo comportamento da direita bolsonarista. Se você questiona Lula é tratado pelos fiéis lulopetistas aos palavrões e como golpista, fascista, traidor da pátria.
Tudo indica que vem por aí um tempo horrível - como se o tempo em que vivemos nos últimos anos já não tivesse sido horroroso. Mas vai piorar muito com o bolsonarismo perdido e ressentido e o lulopetismo se preparando para a guerra de vingança e exterminação de quem não estiver disposto a pensar sob seu comando.




Tanto lá em 2024 quanto cá a análise está corretíssima! Só tenho a acrescentar que o clima beligerante esconde o fato do PT ser a maior quadrilha de assaltantes que já houve e isso precisa ser apagado. Seja para comprar o congresso ou o judiciário, seja para enriquecer, o PT cria narrativa de disfarce, finge uma indignação que não tem e, enquanto isso, continua roubando. O eleitorado jovem é o alvo de Dirceu, pois quem tem mais de 50 anos não vai mais na conversa do PT.
Tempos sombrios nos aguarda em 2026